Quem já não perdeu aquele pássaro; aquele, que era diferente de todos os outros.
Obrigado às pessoas que se deixaram e que me pediram para ser fotografados com a ave.
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Sou (criador) de aves exóticas e canários de porte . Nesses anos, nasceram muitos passarinho engraçados mas, há um que irei recordar durante muitos tempo, alguns amigos ao ler esta história sabem do que estou a escrever.
Vou resumir para não ser demasiado longo.
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Moro na alta da cidade de Coimbra, era Outono quase inverno, os dias já começavam a ficar frios e a chuva aparecia sem ser convidada, das minhas criações nasceram 6 Bebettes cor selvagem, os passarinhos foram crescendo e foram anilhados como outros, com o passar do tempo ficaram pássaros lindos.
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Até que os separei dos pais, estavam agora por conta própria, destinados a participar na exposição ornitológica de Coimbra, até aqui é uma história vulgar mas, vão ver que não é!
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Certo dia, perto da noite, um gato, talvez por instinto atirou-se às gaiolas, com o peso do bicho caiu uma para o chão, o tabuleiro do fundo da mesma ao embater violentamente no chão separou-se da gaiola, os Bebettes fugiram. Chegado a casa fiquei perdido ao ver aquele "triste espectáculo", fiquei "piurso" com o gato (que não era meu), já tentara a mesma aventura anteriormente mas, o que me preocupou de imediato foi ver onde estavam os passarinho, apanhei 4 mas, dos outros nem sinal, o gato pisgou-se.
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Passaram-se mais de dois meses, eu já tinha esquecido os pobres Babettes, um dia estava a falar com o amigo (Braga) que é propriétario de uma das mais antigas loja de chapéus do pais, situada em plena baixa de Coimbra, com o decorrer da conversa ele acabou por me falar que tinha encontrado perto da sua loja um pássaro de bico vermelho que lhe parecia um exótico, como sou curioso, ofereci-me para ajudar a identificar o "bichinho".
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Assim que coloquei os olhos na gaiola, soube logo que era um Babette, espantosamente bonito, como tinha uma anilha na pata, disse ao meu amigo " olha... com a anilha podemos ver de quem é a ave", aproximei-me cautelosamente da gaiola e reparei que tinha escrito 823-G e exclamei; " (Braga) este pássaro é meu!"
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Ele sorriu, depois de confirmar as letras que eu vira contou-me como o tinha apanhado em plena Rua Visconde da Luz, parecia uma distancia muito grande, visto que nascera na gaiola e eu morava na alta mas, lá contei a história do gato e dos Babettes.
Ele ficou na mesma com ele, foi ele que o salvou e era dele por direito, como o Babette não cantava e estava só o meu amigo estava disposto a oferecer-me o pássaro.
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Então eu ofereci um casal de Bengalins, e trouxe o dito Babette.
Assim que coloquei a mão dentro da gaiola para o apanhar, saltou para a palma da mão e de-lá não fugiu, parecia que sempre tinha feito aquilo.
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Incrivelmente manso, são coisas que não têm explicação. Não tinha sido criado à mão, não tinha contacto regular com pessoas, não estava doente, não tinhas as asas cortadas e era mansinho, incrível!
Foi para minha casa onde ainda ficou mais calmo, nesse ano participou na EXPO-AVES de Coimbra, cumpri e surpreendeu tudo e todos, quando o tirei da gaiola de exposição e se deixou passear de mão em mão, dando assim uma oportunidade única aos visitantes para fotografar um Babette livre (sem asas cortadas) coisa poucas vezes vista.
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Fica a saudade, pois veio a morrer um ano depois (Ácoros, nos pulmões).
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Esta é a minha singela homenagem ao MEU Babette.
Ps. As minhas desculpas a algumas pessoas vistas nas fotos, por não me ser possível obter o seu contacto, visando pedir autorização para publicação das mesmas mas, como no meu modo de ver este artigo não difama ou prejudica a imagem dessas pessoas.
Mesmo assim estou ao dispor dos visados para retirar alguma foto, bastando para tal enviar-me um emeil ou telefonar.