Passaram algumas semanas desde que visitei o amigo Joaquim Lopes (Quim), na altura falamos das suas criações de canários, estava bem “lançado” com muitas crias já empenadas, nessa altura o “Quim” mostrou-me as suas últimas aquisições, os pintassilgos Magor, optei por não fazer nenhuma fotografia para não incomodar as aves durante a adaptação às suas novas instalações.
Passei grande parte da tarde nesta visita, falamos dos glosters à medida que ele ia tratando dos canários íamos dando uma olhadelas pelas suas voadeiras cheias de gloster (perto de 300 exemplares), parávamos e a observar, fazendo uma selecção a olho, este criador tem glosrters (coronas /consortes) com muito potêncial fiquei com alguns na memória, agora quero só ver com vão ficar depois da muda feita.
Teve a amabilidade de apanhas alguns dos seus melhores glosters para que eu entendesse melhor o que tinha à frente dos meus olhos, mostrando-me de seguida os progenitores, bem, estava lá tudo. Gostei muito dos novos gloster, vi como tudo tem algo que vem de trás, foi muito bom.
Em cada visita aprendemos sempre qualquer coisa, para que se tenha bons resultados na ornitologia desportiva, há muitas coisas que se têm que fazer para se obter bons resultados, muita dedicação, instalações adaptadas a cada situação e espécie, alimentação diversificada de muito boa qualidade, bons conhecimentos dos vários produtos a utilizar durante as várias fazes de criação e não só; parece fácil, mas “são muitos anos a virar frangos”, para isso temos que saber o que outros criadores de top usam, mesmo que isso custe caro, a ornitologia tem crescido muito nos últimos anos, mas em alguma coisas ainda estamos a anos-luz, calma, não estou a falar de todos os criadores, falo no meu caso e em outros como eu.
E os pintassigos!
Mutações que o "Quim" tem a criar actualmente.
Agata portador de lutino portador de cabeça branca, Isabel p/ CB, Bruna p/CB, Ancestral p/ CB e ancestrais ouros.
Quando se investe na criação de aves caras (fauna europeia) há algumas coisas que devemos saber, quanto mais informação nos for fornecida pelo criador melhor, depois, se quer mesmo tentar a sua sorte, procure ter em casa tudo ou quase tudo, que esse criadores utilizam é um dos segredos. Muitos criadores não sabem, para que estas aves possam sobreviver e criar em nossas casas, temos muito que saber e aprender, depois temos outra coisas, há produtos que não se encontram em Portugal com facilidade, claro que nós tentamos sempre safar-nos o melhor que podemos, ao passar a tarde com o meu amigo "Quim", fui vendo a variedade de coisas que se devem ter para se obter bons resultados, há sempre mais uma coisa (vitamina, próbioticos, semente germinada, tenébrios, pinkies, buffalos, sementes especificas para isto e aquilo) e muito mais. Mas, logo vem a explicação, demonstrando dessa forma grande conhecimento e domínio da sua técnica. Se a tudo isto juntar: trabalho diário, uma boa selecção do nosso plantel, alguma sorte; vemos os resultados a cada dia, todos temos que adoptar um método só assim o sucesso fica muito mais próximo.
Aspecto das suas instalações e esquema, desculpem não ter as medidas, mas já criar este género de aves em vários tipos de viveiro.
Aqui está para mim um dos segredos, variedade nos alimentos, sabemos que em cativeiro as aves ficam condicionadas à alimentação que lhes damos, não devemos no entanto esquecer que a chave para muitas espécies criarem/reproduzirem em cativeiro está na alimentação que os mesmos têm a sua disposição. Uma boa informação neste campo faz muita diferença, penso eu.
Um bom menu de sementes combinado com uma boa variedades de plantas silvestres verdes e frescas, adicionando alguns bicos vivos e pré-cozidos, algum alimentação seca bem balanceada, nunca esquecer a bebida, esta deve ser enriquecida com vitaminas e outros componentes, agua limpa, são estas coisas que fazem a diferença, a criação de aves podem até correr mal em outros campos, porque há coisas que não dependem do criador, tais como:
Abandono do choco, ovos partidos, ovos picados, má fecundação dos ovos, morte de embrião dentro do ovo nos primeiros dias de choco, morte do embrião até ao 10/13 dia, problemas na eclosão entre outros, para tudo isto o criador deve estar preparado, claro que aqui entram os próbioticos, os chás naturais em fim um sem número de alternativas que cada um utiliza como sabe, no fim há sempre aquele segredo que cada criador (esconde), o que se compreende pois muitas vez é nas pequenas conversas que se descobre grandes apontamentos.
Outras coisas também importantes.Saber a posição do sol em relação aos viveiros, parece uma coisa sem grande valor, mas não e de todo, ver de que lado esta o vento e a chuva, se o local é calmo (sem gatos ou outras aves) que de alguma forma perturbem a calma dos pintassilgos.
Depois uma das coisas que muitos fazem há anos sem dar grande importância, recorrer a amas, muitos de nos já o fizemos, quem não colocou ovos de verdelhão, pintassilgo, lugre, milheiro debaixo de uma canária? Qual foi o resultado? Pois é, muitos deles sobreviveram criados pela canária. Muitos criadores e amantes destas coisas da ornitologia, que gostam como eu de ir ver e ler artigos em blogs e sites, já devem ter lido que um dos segredos para se obter fauna europeia criada em cativeiro passa por ter aves silvestres criadas em cativeiro, ficam mais calmas , estão mais adaptadas à alimentação, aceitam melhor os ninhos artificiais e toleram com muito mais facilidade o criador mesmo na época de choco e nidificação
Agradeço profundamente ao meu amigo Joaquim Lopes "Quim" e a sua mãe a forma como me têm recebido em sua casa. Bem sei, as coisas fazem-se na mesma, mas se for com companhia o tempo passa mais rápidos ou não!
Muito boa sorte para as criações "Quim". Um abraço.
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