quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Entre amigos com o criador e amigo Sílvio Duarte!

SILVIO MARTINS DUARTE

Sócio da Associação Ornitológica de Coimbra e da SPO (Sociedade Portuguesa do Ondulado). 















STAM 405-N








PALMARÉS:
Campeão do Mundo em periquitos asa clara serie azul.

Campeão do Mundo em periquitos opalino serie azul.
Campeão no Internacional do Atlântico em asa clara serie azul.
Melhor periquito de cor no Internacional do Atlântico.
Campeão na Expo-Ibérica em Tondela .
Entre outros a nível nacional…

Morada: Pereira
Contacto: 910003609

Tudo começou por volta dos meus 11 anos em Alcains, Castelo Branco com um “casal de machos” de periquitos australianos.
Visitei a casa de um criador vizinho, em que eu todos os dias ouvia o “barulho” dos periquitos, naquele dia, lá perdi a vergonha e fui-lhe pedir para ver os periquitos, bem, fiquei lá duas horas enquanto o senhor tratava da passarada e ia-me dizendo algumas coisas. Foi então para meu espanto que ele disse, leva estes dois, são novinhos ainda mas é um casal.
Passados alguns meses largos, nem um ovo…



Decidi então procurar a quem sabia o porque de não criarem, foi ai que me disseram, a fêmea tem “o bico castanho” e o macho “bico azul”, voltei para a casa apressado e claro, tinha dois machos.
Desolado, lá implorei à minha mãe para que me compra -se mais uma gaiola e duas fêmeas, o que até cedeu (para desgraça dela) risos… Comecei a gostar de ver as duas gaiolas os 4 periquitos a criar e lá começaram a vir mais periquitos e mais gaiolas. Mais tarde comecei a visitar as lojas e ai é que me apercebi do quanto gostava disto, pelas horas que o “ Ti Fernando” dizia que la passava a olhar para as voadeiras, Adquiri caturras, canários, rolas diamante, rolas turcas, pombos correio, mandarins, rouxinóis do japão, bengalins, periquitos ingleses, degolados, bicos de chumbo, bicos de lacre e mais periquitos australianos era o delírio em casa.
Assim perdurou algum tempo, até que chegou a ida para a tropa e o “vício” teve de ficar em standby durante 10 anos.
À cerca de 3 anos atrás, adquiri ao grande amigo Luís Miguel dois casais de periquitos australianos (que de um destes casais me nasceu um halfsider), e a outro grande amigo Olavo Cabaço os ingleses, tudo recomeçou assim…
Desde então, tento aprender cada vez mais e subir degrau a degrau, para isso valho-me dos meus grandes amigos e mestres, e de uma grande ferramenta chamada “internet”… mas nem tudo o que se ouve e lê está correto!
Tenho como objectivo, um dia ser Juiz de psitacídeos, quiçá um dia….
 Neste momento, crio com cerca de 50 casais, em que tenho quase todas as mutações (ex: poupas, lacewings, fallow, texas clearbodie, etc…), tanto ingleses como australianos, e crio com o objectivo de exposição.
Pode parecer fácil mas não é… Felizmente em Portugal temos um já Campeão do Mundo em periquitos ingleses, o grande amigo Rui Teixeira de Gaia, com quem tive o privilégio de aprender muita coisa entre muitos outros campeões. 

O nível em Portugal de australianos e ingleses tem vindo a crescer e muito, e aqui falo de quantidade e muita qualidade, para mim é um orgulho ver, cada vez mais criadores a criarem periquitos e anilha-los, outro aspecto bastante importante neste hobbie.
Como em tudo na vida, as criações umas vez correm bem outras vezes correm mal, se calhar mais vezes correm mal (risos), é preciso muita persistência e força de vontade, DESISTIR É QUE NUNCA!!!!





















Falando de criar:
Como já disse, estou a trabalhar com cerca de 50 casais, na alimentação a parte mais importante de todas, forneço sementes em que a alpista é 70% a alimentação dos periquitos, e em que os restantes 30% englobam painço e milho alvo e aveia. Neste momento ainda faço eu a mistura, embora que irei começar a fornecer a mistura para periquitos da Slaats.

Em termos de papa, ainda em fase de experimentação e a gostar do resultado a da Easyyem, junto uma boa base de vitaminas e aminoácidos da marca TOPVIT, na minha opinião não é preciso juntar mais nada. Esta marca é me fornecida através do Dr. Miguel Morais, Médico Veterinário de aves em Gaia-Porto.
No meu aviário um dos defeitos, é não ter luz solar, o que para mim é uma pena, o sol é muito importante para a vida, e às aves faz muito bem, mas por enquanto ainda não é possível, em termos de temperatura, está sempre entre os 17º graus e os 23º graus e humidade a 62%.


Crio com gaiolas individuais para cada casal e com medidas de 50x50x40 para ingleses e 40x40x30 para australianos, sempre ou quase sempre de Setembro a Maio, no descanso, separo as fêmeas dos machos e vão descansar todos para a voadeira.

Em relação aos tratamentos, assumo que usos químicos e naturais, e geralmente o esquema é o seguinte para a preparação dos casais:
  1. Complexo B
  2. Água limpa
  3. Pré-biótico
  4. Água limpa
  5. Complexo B
  6. Água limpa
  7. Tratamento da cocidiose
  8. Água limpa
  9. Complexo B
  10. Água limpa
  11. Desparasitação
  12. Pró-Biótico

























Com isto na minha opinião estão prontos a serem juntos e a começarem a criar.
Os critérios que uso para juntar casais, varia em função se quero obter alguma mutação fora do que é normal, e regra geral é por compensação, tentar compensar os defeitos de um e do outro.
Outros cuidados que tenho na criação, todos os dias mudo a água e coloco hexaplus, retiro o excesso de cascas dos comedouros.





Abro os ninhos, limpo os mais sujos colocando sempre aparas de 
no fundo, ajuda a manter as crias mais limpas e respectivos ninhos, faço questão de pegar nas crias para 
se habituarem, tornando-se ou não mais calmas.

 Estes cuidados são importantes, muito mesmo, prevenção é uma palavra muito bonita mas que muitos poucos a praticam, desta forma vemos o evoluir da cria e se tivermos que intervir vamos a tempo de haver desfechos tristes (mortes, abandonos etc…),











































infelizmente uma doença nos periquitos em que não temos” mão” é a muda francesa, infelizmente ainda não há uma cura, mas isto é conversa para outra altura.
Outro ponto importante é o anilhamento das aves, que ocorre por volta dos 8,10 dias de idade, com diâmetro de 4.00 para os australianos e 4.5 para os ingleses, por volta dos 20 dias, poderão ocorrer outros incidentes, tais como os progenitores iniciarem outro cio e desta forma passarem a ver as crias como “inimigos” e atacam-nas, por vezes matando mesmo, outras ferindo-as, para que isso não aconteça, por volta destes 20 dias se noto que existe este comportamento, separo a fêmea das crias e macho e deixo apenas o macho a cuidar das crias, afinal o papel do macho é galar a fêmea e alimentar os filhos, claro que isto requer também visionamento por parte de nós, ver se o macho de facto alimenta ou não as crias, se não, retira-se o macho e coloca-se a fêmea, eu faço-o e tem corrido bem.
Nesta altura as crias já têm dentro do ninho sempre espigas de painço para irem aprendendo a comer, para depois na fase do desmame não custar tanto. Entre os 35 a 40 dias retiro as crias dos pais e vão para as voadeiras. Nestas voadeiras apenas estão as crias até aos 4 meses, depois noutra dos 4 aos 7 meses e depois a geral onde vão a partir dos 7 meses para o pé dos adultos.
Para gestão de todo o meu plantel, uso o programa birdsinnet, que na minha opinião é uma excelente ferramenta.



Na preparação das Exposições, olho sempre para a condição da ave, à cor, mutação, desenho, postura etc…
Para treino, uso as gaiolas de exposição, em que coloco apenas uma ave em cada gaiola e tento que tenham sempre o máximo de treino. No regresso das aves a casa, a recuperação passa, por colocar as aves na voadeira, para esticarem as asas em voo, e por um complexo B nada mais.


Como a conversa já vai longa e o entrevistador já está cansado (risos)… deixo um conselho para o pessoal novo e não só, é importante que se inscrevam numa associação ou clube perto de vós, desta forma conhece-se mais criadores, e toda a ajuda é bem vinda, trocam-se ideias, experiências, descobrem-se alguns truques, e também, porque só estando inscrito em alguma associação ou clube poderão ter anilhas federativas para poderem anilhar as aves e levar a concurso, isto claro, se for a vossa vontade. Comecem com aves a preços acessíveis, para poderem crescer a cometer erros, porque aprende-se é com os erros, com experiências, para subirem degrau a degrau.


Para completar esta entrevista saliento.
Este ano, em termos de exposições correu muito bem, foi totalmente o oposto ao que eu estava á espera depois de uma época desastrosa, “marquei” em todas o que deixou muito contente, depois no Mundial em Matosinhos, tive dois campeões do mundo, dá logo outro ânimo!





Lembrem-se.

Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa eu consegui, nunca desista de seus objectivos, mesmo que esses pareçam impossíveis, a próxima tentativa pode ser a vitoriosa…”

Albert Einstein
Muito obrigado amigo pela entrevista, desejo-te toda a sorte do mundo, aquele abraço!

Texto : Sívio Duarte
Fotos: Osvaldo Sereno,Sílvio Duarte

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Combate da lagarta do pinheiro na Covilhã!

 O chapim é predador natural desta praga, na altura da reprocução a lagarta do pinheiro é uma das principais fontes de alimentação do chapim adulto e das crías. Aqui esta um bom exemplo para o controlo natural das pragas, parabens pela iniciativa. Por essa europa fora há muitos programas deste tipo, onde as escolas são porte integrante destas actividades.



Fonte - Notícia SIC

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Açores aposta em plantas endémicas para salvar habitat do Priolo

 "Milhares de plantas  nativas estão a ser produzidas anualmente em viveiros na ilha de São Miguel, nos Açores, para a recuperação do habitat natural do Priolo, ave endémica açoriana "em perigo".

“Aqui são produzidas plantas que depois são replantadas em sítios onde existem invasoras que começaram a ocupar locais onde antigamente eram floresta laurissilva dos Açores", disse Filipe Figueiredo, técnico florestal, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), em declarações à Lusa.
Na Quinta dos Serviços de Desenvolvimento Agrário, em Santo António Nordestino, concelho do Nordeste, estão a ser produzidas plantas herbáceas e fetos e plantas arbóreas e arbustivas, embora estas duas últimas "em menor quantidade".
"O objetivo é produzir entre 40 e 50 mil plantas por ano, na maioria herbáceas, que depois serão replantadas para recuperar o habitat do Priolo", explicou o técnico florestal da SPEA, frisando que já se constatou na mata dos Bispos, na Povoação, parte sul da área de distribuição do Priolo, que o reaparecimento de espécies invasoras “é muito menor".
A produção, em viveiros, destas plantas nativas, uma ação no âmbito do Projeto LIFE+ Terras do Priolo, começou na Povoação, a partir de 2009, estando agora a decorrer, desde finais de 2015, no Nordeste.
"Ao melhorar-se o habitat do Priolo, (a Floresta Laurissilva dos Açores), com mais diversidade de espécies estamos a melhorar a disponibilidade de alimento para o Priolo", salientou Filipe Figueiredo, indicando que a produção de plantas para recuperar o local que estava invadido invasoras, decorre também em articulação com os serviços florestais.
Nos viveiros do projeto LIFE+Terras do Priolo a estufa principal serve para o desenvolvimento mais rápido das plantas, através do controlo de humidade e temperatura, enquanto numa outra, denominada "estufa de sombra", faz-se a adaptação das plantas ao clima.
Mas, as plantas não se produzem todas no mesmo período, segundo explicou, indicando que no caso das arbóreas e arbustivas a produção varia "entre um ano a um ano e meio, no mínimo", desde a germinação até sair para o terreno, enquanto as herbáceas germinam, na generalidade, "em 15 a 20 dias" e "em seis meses estão prontas para serem plantadas".
Além da produção de plantas nativas, a partir de recolha de sementes, as espécies produzidas nos viveiros do projeto do Priolo são também cedidas a várias entidades ou serviços, principalmente para a recuperação de áreas costeiras, e também disponibilizadas a particulares.
“Com cinco gramas de sementes conseguimos produzir 400 a 500 plantas o que é bastante positivo, já que não há em muitas quantidade”, garantiu ainda Filipe Figueiredo, referindo-se à produção, por exemplo, de uma espécie endémica dos Açores, a Azorina Vidalii, uma planta costeira.
Com o intuito de dar a conhecer esta produção o Centro Ambiental do Priolo abriu hoje as portas dos seus viveiros de produção de plantas nativas, uma ação designada "Open Days" que permite durante uma visita guiada, ou livre, "observar não só as plantas produzidas, mas também alguns dos métodos utilizados".
A ideia é abrir todas as sextas-feiras as portas dos viveiros e criar uma espécie de roteiro turistico, segundo Filipe Figueiredo.
O priolo abandonou o estatuto de criticamente em perigo de extinção graças aos projetos que têm sido levados a cabo pela SPEA, Governo Regional e outros parceiros.
Atualmente esta ave endémica está com o estatuto de “em perigo”, pelo que ainda é preciso evitar perturbações no seu habitat natural.
O projeto LIFE+ Terras do Priolo tem verbas asseguradas até 2018 e a ave endémica existe especificamente no Pico da Vara e Ribeira do Guilherme, duas zonas de proteção especial integradas no Parque Natural da Ilha de São Miguel.
De acordo com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), a população do priolo está estimada entre 500 a 800 casais e entre 1300 a 1500 indivíduos."