É um papagaio? É um periquito? Não, é um Loris!
Um leigo poderia arriscar tratar-se de uma variante exótica de periquito, ou um irrequieto papagaio. Na verdade, tanto a fisionomia quanto o colorido da plumagem deixam claro tratar-se de um Psitacídio, mas o Loris pertence a uma subfamília, a Loriidae e tem uma identidade muito própria.
O bico
Igualmente curvo, ele é frágil mas muito afiado. No viveiro, deverá ter uma taça com lascas de madeira macia, para que exercitem o bico sem caírem na tentação de roer os poleiros, por exemplo.
Língua comprida
É verdade, o Loris tem uma língua particularmente comprida, mas, ao contrário dos primos papagaios, não consegue articular palavras.
O voo
Irrequietas, ágeis, activas, quase a roçar o frenético, estas aves são um regalo para a vista. Adoram o topo das árvores e dos poleiros e entendem que andar é apenas para quem não sabe voar.
Aos bandos
Em liberdade, vivem em bandos, o que pode ser observado na Oceânia, desde a Ilha de Bornéu à Austrália, passando pela Nova Guiné, de onde são originários. À Europa chegaram em finais do séc. XIX onde começaram a ser criados em cativeiro.
Quem vê um não vê todos
A subfamília Loriidae é enorme, pois dentro de cada género existem dezenas de espécies e subespécies. Mas bem mais difícil é a distinção entre sexos. Mesmo os entendidos recomendam a observação: demasiadas posturas significa que se reuniram duas fêmeas e ausência de ovos é sinónimo de um casal de machos. A dificuldade aumenta pois mesmo quando se juntam duas aves do mesmo sexo, aos pares, elas agem como casal.
Sensibilidade, bom senso e algum trabalho
O Loris é uma ave sensível e atreita a algumas doenças. Deve ser observada de perto e garantir- lhe todos os cuidados de higiene e manutenção: viveiro com zonas de sol e de sombra; vários poleiros e compridos, feitos de madeira dura e amarga, para que não os roa; tantos recipientes para comida, quantos os tipos de comida (um para alpista, outro para mel, que pode ser puro, um para papa de fruta…); mudar-lhes a comida duas vezes ao dia e lavar os recipientes para que a comida não azede; a comida deve manter- se à sombra e em local onde não caiam as suas fezes; limpar o viveiro uma vez por semana e desinfectá-lo uma vez por mês.
Dê asas à imaginação
Não os imagine já numa gaiola. O Loris necessita de um amplo viveiro para ser feliz e para lhe proporcionar, a si, a felicidade de observar todo o potencial desta ave energética e garrida, que pode ficar do seu lado durante duas décadas.
Retirado da revista Instinto de julho / 08.
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