No passado fim-de-semana (25,26 e 27 de Maio) decorreu a 1ª Feira de Caça de Coimbra, a mesma realizou-se na Escola Superior Agrária de Coimbra.
Durante este evento foram apresentadas várias actividades, entre elas ouve a apresentação de aves de presa. A Falcoaria Montes dos Casarões pertença de Paulo Martinho (www.localnet.pt/falcoaria) foi a responsável por esta apresentação
Durante uma dessas apresentações fugiu uma fêmea de falcão lanário (Falco biarmicus) com dois anos de idade.
Como nessa zona (arredores da cidade) existem aves de rapina em liberdade o dito falcão foi atacada por um casal de milhafres negros (Milvus migrans), ter se á assustado com estas e perdeu o norte ao seu cetreiro.
A cetraria ou falcoaria é a arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina.
Esta arte antiga terá nascido na Ásia Central, tendo sido introduzida na Península Ibérica pelos Visigodos no século V. Actividade que cresceu muito, para isso contribuem muitos criadores e cetreiros particulares.
A cetraria esta ligada a caça de presa a cavalo e não só, em alguns países Árabes esta actividade e levada a um ponto muito elevado na dedicação a esta arte. São criadas clínicas especializadas, centros de voo e de alto desempenho, bem como e feita uma selecção muito apurada nas criações, a parte genética não e deixada ao acaso.Estes senhores investem montantes muito consideráveis na arte de caçar com aves de rapina.
Ao comemorar 250 anos sobre a data da sua fundação, a Coudelaria de Alter tomou a seu cargo a recuperação e divulgação do património artístico e cultural da falcoaria e cetraria portuguesa.
Hoje recuperada genuinamente esta arte de caça e apresentada sob a forma de um espectáculo educativo e divertimento, num dos mais belos recantos do Norte Alentejano e outros lugares do país.
Mas vamos lá falar do falcão que se perdeu ou “ pisgou-se”.
Esta terá ficado desorientado a meio do seu voo de exibição e veio direito a cidade. Como o domingo estava chuvoso a ave depressa ficou toda ensopada tendo vindo a cair junto de uns eucaliptos na Conchada.
A meio da tarde foi encontrada por uma pessoas que vive perto.
Ao observar que a ave se encontrava em dificuldades, ficou preocupado. Tentou socorre-la mas esta por estar perdida e molhada, mostrava-se nervosa e muito agressiva para quem a queria ajudar.
Foi então que o Pedro (nome da pessoas que encontrou o falcão) se lembrou de me telefonar a pedir ajuda.
Prontifiquei-me logo a ajudar.
Rente a noite a ave chegou-me as mãos. Após um exame rápido reparei que não tinha nada partido, sofria de frio e muita fome.
Rapidamente fui buscar carne e ela não se fez rogada. Comeu até não poder mais. Repouso toda a noite, pela manha estava mais desperta e mais viva. Após nova refeição, que comeu já sem agressividade, tratei de saber a quem pertencia, visto que tinha uma anilha de identificação.
Fui então beber um café e ao ler o jornal da cidade juntei as coisas.
Rapidamente telefonei a um amigo que pertencia a organização da dita feira (Filipe) que me coutou a história do dia anterior (domingo).
Após alguns telefonemas tudo foi tratado. O resgate do falcão fez-se ao final da tarde de segunda-feira pela "DHL" (empresa de transporte rápidos). Assim iria passar a noite de transporte a dormir, o que faria naturalmente. Causando-lhe menos stress e diminuindo a necessidade de beber e comer nesse período.
Assim esta nobre ave de rapina voltar-se a juntar-se ao seu dono e AMIGO, pela manha de terça feira
Votos para muitos anos de vida e muitas caçadas para alegria dos cetraceiros ou falcoeiros.
Atenção: Estas aves são obrigadas a ter anilha do criador e o "cites"
Cites: Convenção de Washington, para regular a protecção de espécies da fauna e flora selvagens através do seu controlo do seu comércio, em Portugal quem tem competência para certificar é o ICN. (Instituto de Conservação da Natureza)
Osvaldo Sereno
1 comentário:
Pois então cá chegou o pássaro às belas planicies alentejanas. Está de perfeita saúde e pronto para novos voos e novas caçadas.
Só quero fazer umas pequenas correcções, o dito falcão é uma fêmea de falcão lanário (Falco biarmicus) com dois anos de idade. o que se passou foi simples, a ave saiu da minha luva no meio da demonstração para um voo como todos os outros, no entanto foi atacada por um casal de milhafres negros (Milvus migrans). Assustada, fugiu para o arvoredo e acabou por se perder.
Tudo fica bem quando acaba. Só tenho que agradecer a todos os que tornaram possivel este reencontro de dois companheiros. O meu muito obrigado, Filipe, Osvaldo, Pedro e demais.
Paulo Martinho
www.localnet.pt/falcoaria
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