Idade: 26 anos
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Associação Ornitológica de Coimbra
e-mail: rnsilva@psicopata.net
site: http://www.psicopata.net
Um espectáculo de cor, dança, música e rituais. Um espectáculo que me fascinou para a vida.
Sem influências familiares, a Ornitologia ocupou de imediato um espaço importante na minha vida. De espectáculo fascinante passou também a ser o recanto da vida, o esconderijo do mundo, o escape à rotina, a paz e a liberdade. Horas e horas passei eu desde então, a observar aves: as minhas, as dos outros e as de todos.
Lembro-me de em miúdo passar tardes inteiras deitado em cima das sacas de comida a olhar para os Mandarins, Bengalins, Pardais de Java, Rolas Diamante, Peitos-celestes, Canários, Periquitos, Caturras, Roseicollis, Personatas, Rouxinóis do Japão, Melros metálicos, Gaios de Crista Branca, Viúvas, Tecelões... Lembro de contar mais de 42 espécies diferentes lá em casa.
Lembro-me de adormecer e acordar a ouvi-los cantar e chilrear. Lembro-me de carregar rolos de rede e dúzias de ripas na bicicleta para construir novos viveiros. Lembro de sonhar em comprar o Mainata que via lá na loja, os diamantes de gold e aqueles pássaros grandes, muito caros, cuja etiqueta dizia “Periquitos de rabo-de-junco”.
Outras paixões entretanto se intrometeram e a razão levou a diminuir drasticamente o plantel. Chegava a hora de começar a fazer pela vida, e a Engenharia, outra paixão, assim o ordenava. Durante os anos de curso, o número de aves lá em casa nunca foi o desejado.
O tempo era pouco e o trabalho muito. Porém, foi nessa época que consegui finalmente adquirir os tais rabo-de-junco tão desejados e começar a preparar o futuro.
O futuro de alguns anos é o presente de hoje, presente esse em que atinjo a estabilidade que antes desejava (troquei a bicicleta pelo carro :D ). Pelo caminho ficaram muitas alegrias, muitas saudades e muitas vivências. Ficaram também muitos dissabores.
É certo também que o que para mim é uma realidade, pode não o ser para outros. O que para mim é essencial, um direito, podem outros considerar desprezável.
Terceiro, manter aves, deve ser um acto feito por paixão aos animais, às aves, trabalhado com prazer, gosto e muita dedicação. Se não consigo dedicar-me devidamente a 42 espécies, então devo criar apenas meia dúzia, mas garantir que nada falte a cada exemplar.
À parte destes mantenho ainda Caturras em colónia (espécie da qual nunca me consegui desfazer) e Canários Malinois (cujo canto me fascina).
Dos longínquos anos de Biologia, onde as leis de Mendel e a história evolutiva de Darwin pouco me entusiasmava, eis que fica todo este conceito de genética, cruzamentos e mutações, na descoberta de novas paixões.
E tudo isto, que era apenas um espectáculo de cor, dança, musica e rituais, tornou-se no que intitulo hoje de “PSICOPATA – Ornitologia Viva!!”.
Desde as minhas aves, desde o site psicopata.net até ao software grátis de gestão de plantel “Psicopata 2.0”, tudo é resultado de um culminar de acontecimentos e tudo é sujeito a uma evolução, toda ela natural (como diria Charles Darwin).
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